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LARGO DO CABEÇO DA BOLA

Concurso de Conceção para a Elaboração do Projeto de Edifícios de Habitação no Largo do Cabeço da Bola, na Freguesia de Arroios
CONCURSO LANÇADO PELA LISBOA OCIDENTAL SRU

A proposta tem o seu principal foco na reabilitação de um núcleo urbano antigo, na freguesia de Arroios, abrangendo a área de 1.527,57 m2.

Classificada como Espaço Central e Residencial no Plano Diretor Municipal de Lisboa, a proposta visa a sua reabilitação e requalificação, promovendo simultaneamente, a preservação do seu caráter histórico e do seu uso predominantemente habitacional.

É a partir de uma leitura do palimpsesto da história da cidade de Lisboa culminado na morfologia do quarteirão onde o terreno de intervenção se enquadra, que surge a oportunidade de criar e consolidar um novo bairro na cidade privilegiando o equilíbrio entre o edificado (novo e reabilitado) e o espaço não edificado resultando em garantias de condições de conforto contemporâneas associadas à ideia não só da habitação, mas também do espaço público. Com base nesta ideia, o espaço não edificado – o negativo – ganha uma gravidade intencional no sentido de criar espaço de desafogo e de comunidade do bairro proposto.

Face à nova implantação urbana, pela desmaterialização do gaveto e tirando partido das vantagens que essa operação traz a nível de permeabilidade de uso do espaço público por parte dos cidadãos, as fachadas definem-se a partir de uma sobriedade matérica aliada de uma racionalidade métrica que compõem as mesmas. Aqui os elementos metálicos nas caixilharias e varandas surgem como uma celebração da envolvente e conferem sofisticação ao novo edifício habitacional proposto, sem por isso descurar da relação com o seu contexto.

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1º PREMIADO

Proposta 03 - CO.RP Arquitetos, Lda.

O trabalho de conceção destaca-se, essencialmente, pela integração arquitetónica em contexto urbano, conjugando o respeito e a valorização do existente, através da parcial reabilitação do edificado, com a originalidade e inovação da proposta apresentada, conforme intuito do Programa Preliminar.

Não deixando, pela escala, de se relacionar com os antecedentes edificados, reveste-se de um cariz agregador, perante a reconhecida fragmentação do tecido urbano em que se insere. Pela volumetria e léxico arquitetónico qualifica o lugar, elogiando a sua génese e espírito.

O Júri considerou igualmente vantajoso o sistema de acesso às unidades habitacionais através de galerias comuns, em ambos os núcleos, no intuito quer de garantir o sombreamento das fachadas orientadas a sul e poente, a iluminação natural e a ventilação cruzada, como de multiplicar a possibilidade de encontro e convivência entre vizinhos.

in Júri, Relatório de Apreciação dos Trabalhos de Conceção

2º PREMIADO

Proposta 06 - Atelier 17 - Sebastião Taquenho, Lda.

A escala mais doméstica e adaptada à morfologia da envolvente edificada, que esta proposta apresenta, consubstancia, face às restantes, um agente de diferenciação. Com efeito, o projeto em apreço recorre a um léxico espartano fundamentado e remete, pela sua lógica intrínseca, para os antecedentes cadastrais e construtivos – parcelas pequenas, característicos da arquitetura chã. Esta abordagem traduz-se num registo de arquitetura de continuidade, respeitadora face ao existente. Regista-se coerência formal no desenho da fachada em ambos os núcleos – com rigor no ritmo de fenestrações, com recurso a varandas salientes e com a adoção de coberturas inclinadas em telha cerâmica – o que confere unidade ao conjunto.

A localização das áreas comunitárias e espaço do projeto social, em conexão direta com o largo, pretende potenciar as relações de vizinhança. No entanto, a opção de priorizar o acesso às habitações no NI01 através da rua, reserva o espaço a tardoz – o largo – para um contacto eventualmente vocacionado para atividades de estar e lazer. Do ponto de vista da comunidade, esta opção afigura-se menos interessante, na medida em que os encontros fugazes, onde se estabelecem relações de vizinhança, ocorrem maioritariamente nos espaços comuns. Já no NI02, as galerias de acesso aos fogos, cumprem o seu desígnio.

in Júri, Relatório de Apreciação dos Trabalhos de Conceção

3º PREMIADO

Proposta 01 - Maria Bello, José Maria Abreu, Michele Grazzini, Andrea Tomazzini, Giorgia Colombo

O diedro é uma questão incontornável nesta proposta. É um gesto de projeto, pleno de intenção, mas que levanta muitas dúvidas na forma de como, por um lado, se estrutura e se relaciona com o entorno, e por outro, de como o projeto se sustentaria com a sua ausência. No entanto, o eixo, enquanto intenção de projeto, é evidente: o acesso ao núcleo N1 apresenta uma monumentalidade com uma expressão que anuncia o desejado eixo de entrada no “quarteirão”, mas não o concretiza, uma vez que termina no próprio edifício. Apesar de tal gesto, apresenta uma arquitetura sóbria e bem integrada no contexto em que se insere.

Apesar de levantar algumas questões, esta proposta é a que à partida apresenta um maior potencial para criar dinâmicas entre os dois núcleos, através da permeabilidade do eixo de conexão entre ambos, possibilitando uma ocupação mais efetiva e eficaz do espaço intersticial, tanto por parte dos habitantes, como dos transeuntes.

in Júri, Relatório de Apreciação dos Trabalhos de Conceção

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